CRÍTICA | O REI LEÃO (2019)




Quando a Disney, em 2016, anunciou o 'live action' de O Rei Leão, muitos fãs, críticos de cinema e da imprensa especializada, ficaram com receio e questionaram se realmente era necessário um remake dessa obra tão aclamada. Afinal de contas, um longa com animais realistas e com trejeitos humanos, realmente agradaria?

Após, três anos de espera, o longa finalmente chega aos cinemas mundiais e para surpresa de muitos, o remake está dividindo opiniões! É como uma faca de dois gumes: há pessoas amando e existem pessoas odiando.

Confesso que depois de assistir a dolorosa versão com dubladores nacionais, cheguei a indagar o mesmo; afinal, The Lion King (no original) é a minha animação favorita.

Entretanto, esse sentimento foi ligeiramente passageiro após assistir a versão legendada. Essa, traduz toda a emoção que existe na icônica animação de 94. É realmente ESPETACULAR!

A nova versão traz aspectos mais sombrios e realistas, mas, sem perder o charme e encantamento do longa original. Na  atual versão, as motivações dos personagens são melhores explicadas e alguns aspectos lúdicos, caricatos presentes na animação de 94, são retirados. O filme surpreende pelo aspecto técnico e pelo deslumbre.

Aliás, a computação gráfica está absurdamente perfeita. Os animais são hiperrealista e esteticamente deslumbrantes, as paisagens que compõem a savana africana apresentam detalhes ricos e exuberantes.


Além de saber conduzir uma boa história mesmo dramática, mas com leveza, o diretor Jon Favreau encara em ‘O Rei Leão’, um grande desafio: transmitir ao espectador a veracidade dos sentimentos e emoções presentes na narrativa, mesmo sem a presença de atores reais. Esse, no entanto, foi um aspecto muito questionado pelos críticos que alegaram que os animais não possuíam expressões.

E no fim das contas, dentro do seu contexto, os animais além de realismo, demonstram mesmo que de forma sutil, expressões que são claramente notadas; seja pelo olhar, um franzir de testa ou pelo levantar de uma sobrancelha, tornando o remake tão emocionante quanto o original.


Além disso, mesmo com 30 minutos a mais, o live action apresenta pouquíssimas mudanças em relação ao original. Alguns diálogos são tão peculiares que parecem ser retirados da obra clássica.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração é o elenco de vozes originais! Que belo trabalho! James Earl Jones (Mufasa), John Oliver (Zazu), Chiwetel Ejiofor (Scar), Alfre Woodard (Sarabi), John Kani (Rafiki) estão sensacionais e fazem com que os diálogos e as icônicas músicas sejam tão dinâmicas, marcantes, encantadoras e emocionantes quanto às originais. Enquanto Donald Glover e Beyoncé destoam dos demais, principalmente na canção "Can You Feel the Love Tonight"; Seth Rogen (Pumba) e Billy Eichner (Timão) roubam o filme com o seu senso de humor, personalidade, carisma, ficando mais próximo do cartunesco. Esse é um bom exemplo, de como a escolha de bons atores influencia no dinamismo dos personagens, transmitindo um realismo maior ao espectador.




Em contrapartida, a dublagem nacional fez um péssimo trabalho. Sem emoção, sem personalidade , sem carismas e consequentemente, sem a essência dos personagens originais. É uma sucessão de sotaques paulista e carioca. Completamente desnecessário. Além disso, nessa versão, as canções perdem o brilho, o encanto, a leveza e não passam nem perto das canções clássicas que são marcantes, divertidas e memoráveis.

Contudo, por mais que essa atualização de um clássico, seja feita exclusivamente para fazer caminhões de dinheiro e apresentar a narrativa, os personagens para uma nova geração; ainda sim, 'The Lion King' (no orginal) de Jon Favreau traz algo novo, sua identidade própria, tornando-se único!

Entre erros e acertos, a Disney encontra uma fórmula certeira, produzindo não só longas lucrativos, mas, também obras primas.








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