Crítica | The Walking Dead – 7ª Temporada

Sempre ao final de mais uma temporada de The Walking Dead, tenho a sensação que algo muito maior e melhor vem pela frente.

No entanto, a cada ano que passa, toda essa expectativa criada pelos fãs por uma temporada melhor, vai por água abaixo.

É notório que The Walking Dead é um dos maiores fenômenos da cultura pop mundial nos últimos tempos, ao lado de outras grandes séries e programas. Porém, o seriado vem derrapando bastante, caindo consideravelmente a audiência de telespectadores e sendo alvo de críticas.

Não seria a hora de encerrar com a série de TV?

Esse é um questionamento que muitos fãs, inclusive aqueles fervorosos vem debatendo já algum tempo.

A série  vem alternando entre bons e episódios ruins, não sendo condizente com todo o legado que foi criado. Tramas repetitivas, o foco em dramas menores, o destaque para personagens secundários são alguns dos elementos que se tornaram recorrentes nesse últimos três anos da série.

Aqueles momentos impactantes, as viradas espetaculares, os personagens carismáticos e bem desenvolvidos, todos esses ingredientes que fizeram da série um sucesso, foram se perdendo ao longo dessas sete temporadas! The Walking Dead perdeu a capacidade de se arriscar! Lamentável!

E não é por falta de material! As HQs criada por Robert Kirkman possuem um acervo enorme de personagens, arcos interessantes e uma narrativa bastante sólida que se explorados de forma correta, poderiam render bons episódios para a TV.

O sétimo ano tinha tudo para ser um dos melhores e se quiçá  proporcionar um renascimento e uma nova era do programa. A produção tinha um enorme potencial nas mãos para desenvolver e caíram na mesmice.

O polêmico cliffhanger do episódio final da sexta temporada teve uma grande repercussão, aumentando ainda mais a ansiedade e expectativa dos fãs para o próximo ano.

Afinal, Negan, o icônico vilão e uma das maiores ameaças que Rick pode enfrentar nos quadrinhos, finalmente havia dado o ar da graça na série de TV. E toda essa tensão, ansiedade e espera foram recompensadas pelo ótimo episódio de estreia da Season 7. "The Day Will Come When You Won't Be" chegou como um estardalhaço. Jamais algo tão sádico, intenso e visceral foi visto na TV. 

Entretanto, não passou disso! 

Nem a apresentação de Ezekiel e o Reino, núcleo indispensável para o crescimento da trama, conseguiu dá um up a série. O longo caminho trilhado por The Walking Dead foi arrastado, repetitivo, cansativo, banhado pelos próprios erros, estático! A trama não evoluía. A maioria dos episódios eram lentos, focados apenas em um núcleo e alguns não se encaixavam na história, parecendo episódios fillers*.

Além disso, personagens interessantes, importantes como Negan, Ezekiel, Dwight  e até mesmo a aparição da tigresa Shiva foram muito mal explorados, fazendo com a qualidade da trama decaísse.

Mesmo com alguns deslizes, o último episódio "The First Day of the Rest of Your Life" conseguiu restabelecer a essência original da série, com grandes momentos, bons diálogos, tensão e boas cenas de ação. Contudo, o episódio não conseguiu redimir as falhas e erros de uma temporada inteira.

The Walking Dead parece não ter aprendido com os erros dos anos anteriores, tornando recorrente no seriado episódios iniciais e finais espetaculares. É necessário amarrar o que acontece de uma ponta a outra, deixar a trama fluir. Afinal, se a produção não quiser perder mais espectadores, precisa fazer algo diferenciado, inédito, necessita correr mais riscos ou a série poderá ter um triste fim.

Nota: 2,5 (Regular!)

*Filler: episódios ou arcos inteiros de uma série de anime cujo enredo não se baseia no mangá do qual a série foi adaptada. Geralmente são produzidos para impedir que a série de TV alcance as publicações atuais da série do mangá.